terça-feira, 31 de agosto de 2010

CARTA AOS DERRADEIROS

"Aos Boicotes Embriagados das Esquinas,
    aos Poços Transbordantes de Frustraçâo;
      o Ego que te afirmas é o Mesmo que te apunhala pelas costas;
         com Verdade e Retidão"

Sua segurança é um monumento erigido pelo seu medo
Sua tranquilidade é válvula de escape de uma arrogância pretensiosa
Ela se sustenta em alicerces de graveto que suportam pesadas cascas
de personalidade
Forjada no orgulho
Impulsionada pela inveja
Anos de sua educação te transformaram num ser limitado
Um Intelectualóide com placas de opiniões pregadas na cabeça
Além deste ponto ficaria paralisado
Longe de seu recanto de auto-afirmações
Não saberia se conduzir além do pensar
Pois é incapaz de viver
Por isso reduz tudo ao tamanho da sua capacidade de compreensão
Um pequeno orifício num muro de idéias emprestadas
Sua vergonha é mais importante que sua atitude
O alcance de sua vista se limita ao distrito ao redor de seu umbigo
Assim seu caminho é percorrido
Andanças apressadas pra lugar algum
Celeiro de futilidades
A preencher o lugar comum
Um vazio aterrador
Um desespero lancinante
Pois além deste ponto só resta voltar pra si mesmo
Um encontro ás escuras
Mas seu pretendente não lhe trará flores
Sua pretendida não se arrumará pra lhe receber
Haverá apenas um espelho pra quebrar
Uma mão calejada apalpando o rosto de uma alma em decomposição
Haverá o resgate do fundo de um poço lamacento
Do preterido do valor
Da pérola jogada aos porcos
E no fim isso será bom
Mas antes, lado a lado ao pés deste abismo
Nos entreolharemos uma última vez
E talvez sinta no meu olhar
Que minhas acusações é o eco dos urros de sofrimentos longínquos
E meu grito é um antigo brado por justiça
E consiga decifrar o enigma da gratidão
Ao responder
O que eu fiz por você ?
Enquanto isso desejo sorte enquanto há tempo
Pois todos precisaremos
Quando a negra noite chegar
Haverá pedidos de desculpas
Lágrimas lavarão as almas
E quem sabe então poderemos recomeçar


@móis, o Poeta Mendigo

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

SIGO E ESPERO

pelo momento certo

de um Fluxo Aberto

por Pupilas Dilatadas

dos Olhos nos Olhos

da Inexorável verdade
 
 
Sigo e Espero


Dentro do Casulo

De sentimentos mudos

Nessa espera lancinante

Que se infla de angústias

Com o passar das idades
 
 
Sigo e Espero


Pelo fatal Golpe do Acaso

Ou um Encontro Planejado

Em que tudo possa ser dito

E além das palavras

Possa te alcançar nesta cidade


 
@móis, o Poeta Mendigo