quinta-feira, 14 de maio de 2009

PRIMEIRO ATO

Feito de nada pra ser tudo
Jogado ao chão por uma porrada de idéias
Impulso ao pulso do féretro

Vomitado da Ordem
(indigestão e falta de talento)

Ele ali, estirado
Sendo mijado por cães

Os olhos estatelados
Tentando divisar a paisagem(céu de bosta)

Fedor em suas narinas e em seu corpo

Não há nada pra se chocar
Só há alguém ali
Escarrado

Ouve-se um grito: MERDA
E o espetáculo começa
Pessoas andam apressadas
Atrasadas
Sempre atrasadas

De repente; uma explosão
A cenografia é destruída
A produção, nos bastidores, é revelada
Os atores, revoltados, jogam fora seus narizes de Clown
Deixam sua deixas pra lá
Esquecem o que foi combinado no ensaio
E a apresentação se transforma num grotesco pastelão
... lhe sobra uma torta de pedras na cara

Ele continua ali, estirado no chão
Os olhos estatelados
Fedor em suas narinas e em seu corpo
A torta na cara

@móis, o Poeta mendigo

Um comentário:

  1. Foi à perspectiva do mundo através de olhos sofridos e desamparados!!!
    A vida é limpa para uns nos olhos de outras, mas quem julga ser perfeito é perturbado e também sente dor!
    Adorei o seu texto

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